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A Disartria é uma alteração na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos mecanismos da fala. Compreende as disfunções motoras de respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia.
Respiração: O controle deficiente da expiração e inspiração intereferirá na entonação, prejudicando a inteligibilidade da fala
Prosódia: Muitos disartricos tem uma entonação e prosódia distorcidas.
Fonação: A paralisia das pregas vocais resultará em um som fraco e abafado e fará com que o paciente se canse facilmente. O volume da voz airá após um certo perídodo da fala ou no final da oração.
Ressonância: Se há insuficiência palatal, a qualidade da voz terá baixa ressonância (hiponasalidade) ou muita ressonância (hipernasalidade).
Articulação: A redução da atividade neuromuscular da língua, lábios, palato mole e mandíbula produz alteração de fala.
A disartria pode ser causada por um processo traumatico craniocervical; tumores benignos ou malignos do cérebro, cerebelo ou tronco encefálico; lesão vascular encefálica/ doenças infecciosas, metabólicas, tóxicas ou degenerativas do sistema nervosos ou do muscular.
O local da lesão pode ser o Sistema Nervosos Central e/ ou periférico.
Tipos de Disartrias
Disartria Flácida: Flacidez ou paralisia com diminuição dos reflexos de alongamento muscular;Alteração do movimento voluntário, automático e reflexo;Atrofia das fibras musculares (perda da massa muscular).
Disartria Espástica: Presença da espasticidade associadas com outras características incluindo disfagia, labilidade emocional e fraqueza bulbar.
Disartria Atáxica: Os músculos afetados estão hipotônicos. Os movimentos são lentos. Com frequência se observa nistagmo e os movimentos oculares podem ser irregulares. Aspereza da voz e uma monotonia no tom com poucas variações de intensidade.
Disartria Hipocinética: Associada á doença de Parkinson, com característica principal a debilidade da voz, prosódia, inteligibilidade da fala e articulação com falhas.
A disartria é uma alteração da fala de etiologia neurogênica, ou seja, não compreende patologias da fala associadas aos defeitos estruturais somáticos ou psicológicos(5). A disartria pode afetar tanto os movimentos voluntários, coordenados pelo sistema nervoso piramidal, como os involuntários, coordenado pelo sistema extrapiramidal.
O mecanismo da fala engloba, basicamente, articulação, fonação, respiração, ressonância e prosódia(2). Estes processos são encontrados no trato vocal, sendo a prosódia o resultado harmônico de todos os mecanismos envolvidos, que necessitam de uma ação muscular para o seu perfeito funcionamento(6).
O tipo de disartria resulta do transtorno neuromuscular e depende do local em que ocorreu a lesão(5) . Devido a este fato, o mecanismo da fala pode ser alterado em menor ou maior grau, atingindo diferentes músculos orofaciais, gerando tipos específicos de disartria.
Portanto, os sistemas neuromusculares danificados originam um tipo de disartria que podem afetar o neurônio motor inferior (disartria do tipo flácida), neurônio motor superior (disartria espástica), cerebelo (disartria atáxica), sistema piramidal ou sistema extrapiramidal.
A disartria pode ser definida como uma alteração na expressão oral causada por um acometimento no controle muscular dos mecanismos da fala(1,2), em decorrência de uma lesão no Sistema Nervoso Central (SNC) ou Periférico (SNP)(3). Nas disartrias, há a diminuição ou perda da faculdade de unir os sons, o que acarreta na emissão imprecisa de sílabas(4).
A disartria é uma alteração da fala de etiologia neurogênica, ou seja, não compreende patologias da fala associadas aos defeitos estruturais somáticos ou psicológicos(5). A disartria pode afetar tanto os movimentos voluntários, coordenados pelo sistema nervoso piramidal, como os involuntários, coordenado pelo sistema extrapiramidal.
O mecanismo da fala engloba, basicamente, articulação, fonação, respiração, ressonância e prosódia(2). Estes processos são encontrados no trato vocal, sendo a prosódia o resultado harmônico de todos os mecanismos envolvidos, que necessitam de uma ação muscular para o seu perfeito funcionamento(6).
O tipo de disartria resulta do transtorno neuromuscular e depende do local em que ocorreu a lesão(5) . Devido a este fato, o mecanismo da fala pode ser alterado em menor ou maior grau, atingindo diferentes músculos orofaciais, gerando tipos específicos de disartria.
Portanto, os sistemas neuromusculares danificados originam um tipo de disartria que podem afetar o neurônio motor inferior (disartria do tipo flácida), neurônio motor superior (disartria espástica), cerebelo (disartria atáxica), sistema piramidal ou sistema extrapiramidal.
DISARTRIA FLÁCIDA
Os neurônios fazem uma conexão entre o SNC e as fibras do músculo esquelético ativando-o(5). Dos corpos celulares localizados no corno anterior da medula espinhal e nos núcleos motores dos nervos cranianos do tronco cerebral, os axônios dos neurônios motores inferiores passam pelos vários nervos espinhais e cranianos motores para o SNP e, daí, aos músculos voluntários(5).
O segundo neurônio motor ou periférico representa a via final da motricidade e é, portanto, um agente executor efetor(7). A lesão em alguma extensão da unidade motora implica na alteração da motricidade voluntária, causando diminuição do alongamento muscular e flacidez dos músculos(1,3). Quando o neurônio motor inferior não transmite os impulsos nervosos necessários para a manutenção da adequação do tônus, a principal característica gerada desta alteração é a hipotonia.
As características clínicas da disartria flácida são: hipernasalidade associada a escape aéreo nasal, voz suspirada, inspiração audível(5), pobre abertura labial, excesso de saliva, dificuldade quanto aos movimentos alternantes da língua, redução do tempo de fonação, pobreza de inteligibilidade(7), respiração curta, dificuldade na emissão de tons altos, voz baixa e dificuldade na emissão de fonemas fricativos e plosivos(2).
DISARTRIA ESPÁSTICA
Os neurônios motores superiores transmitem impulsos nervosos das áreas motoras do córtex cerebral do giro pré-central ou pré-motor do córtex aos neurônios motores inferiores e encontram-se localizados no cérebro, tronco encefálico e medula espinhal.
Lesões neste neurônio ocasionam debilidade e espasticidade contralateral do córtex lesionado (giro pré-central do córtex), sendo evidente a alteração motora nos músculos distais das extremidades da língua e dos lábios, podendo ser uni ou bilateral.
A lesão unilateral está localizada em cada córtex motor ou cápsula interna, sendo manifestada alteração nos lábios e parte inferior do rosto. Entretanto, a disartria espástica persistente ou bilateral é causada por uma interrupção bilateral dos neurônios motores superiores que inervam os músculos dos nervos cranianos bulbares.
Os principais sintomas de uma disfunção muscular são: espasticidade, fraqueza muscular, limitação e lentidão de movimentos.
O distúrbio da fala afeta alguns fonemas, embora as sentenças produzidas sejam gramaticalmente corretas e a compreensão também seja normal(4). Os fonemas bilabiais, linguodentais e fricativos apresentam-se mais distorcidos do que os outros(6). É importante mencionar há descontrole da respiração devido à incapacidade de vedação velofaríngea, dificuldade de protrusão de língua, de levantar o véu palatal e controlar os movimentos dos lábios, ausência de diferenciação entre sons surdos e sonoros, voz rouca e baixa, frases curtas, ausência de controle fonorrespiratório, distorção de vogais e hipernasalidade(2,8,9).
DISARTRIA ATÁXICA
O estudo das lesões cerebelares e de seus efeitos permite findar que o cerebelo regula a força, a velocidade, a duração e a direção dos movimentos originados em outros sistemas motores(1). Lesões no cerebelo ou em suas conexões levam a ataxia, em que os movimentos se tornam descoordenados(5). Se esta ataxia afetar os músculos do mecanismo da fala, a sua produção se torna alterada(4). O cerebelo está anatomicamente localizado na porção posterior do tronco cerebral, onde ocupa a maior parte da fossa craniana posterior. Este órgão é separado dos lobos occipital e temporal do cérebro pelo tentório cerebelar(2).
Os músculos afetados se tornam hipotônicos, os movimentos lentos com alteração na força, extensão, duração e direção(1). Há o predomínio de monotonia, interrupções e, às vezes, nasalidade e presença de lentidão na leitura e prosódia(2,7).
A fala de pacientes com este tipo de disartria é denominada de escandida ou “scanning speech”, caracterizada por pausas depois de cada sílaba e lentificação das palavras(4). Estas alterações referem-se à prosódia, que consiste em enfatizar sílabas de forma diferente da habitual(1). Além disso, a presença de movimentos hipercompensatórios afetam a direção e controle da língua, volume, timbre da voz provocando uma articulação espasmódica, explosiva(8).
As alterações da fala que emergem diante da disartria atáxica, segundo Brown, Darley e Monson (1970, apud Murdoch5), são: imprecisão articulatória e distorção de consoantes e vogais; intervalos prolongados e velocidade lenta, monopitch, monoloudness e voz áspera(5).
DISARTRIA POR LESÕES NO SISTEMA PIRAMIDAL
O sistema piramidal, responsável pelo controle motor dos movimentos voluntários e corticais dos membros é formado por fibras do trato corticoespinhal, corticomesencefálico e corticobulbar(5).
Os hemisférios cerebrais inervam os músculos articulatórios bilateralmente. Uma lesão piramidal bilateral ocasiona uma disartria de difícil prognóstico, entretanto, uma lesão unilateral não acarreta disartria permanente(7). Neste, não se verifica fibrilação de língua, porém, ela permanece estática no assoalho bucal, o que impossibilita a adequada realização da função de deglutição, uma vez que a saliva escorre pelas comissuras labiais. Na fonação, os lábios parecem paralisados, mas apresentam mobilidade nas funções involuntárias.
Disartria por lesão no sistema extrapiramidal
O sistema extrapiramidal está relacionado à função motora(5) e é constituído por núcleos cinzentos e partes do tronco cerebral(1). Os principais componentes deste sistema são os gânglios basais situados nos hemisférios cerebrais, que contribuem para o funcionamento motor. Estes núcleos incluem a substância nigra, o núcleo rubro e o núcleo subtalâmico(5).
A sintomatologia presente nas síndromes extrapiramidais pode ser agrupada em dois segmentos: os hipocinéticos e os hipercinéticos.
Síndrome extrapiramidal é a denominação indicada para patologias que afetam unicamente o sistema extrapiramidal, que regula o tônus muscular necessário para manter uma postura ou modificá-la, organiza os movimentos associados ao ato de andar e facilita o automatismo nos atos voluntários que requerem destreza(1).
A disartria hipocinética é caracterizada por lentidão e limitação dos movimentos, voz monótona com monoaltura e monointensidade, articulação imprecisa das consoantes, diminuição dos atos espontâneos, rigidez(3), presença de tremor que conduz à festinação(8), bem como diminuição da tonicidade muscular, com movimentos involuntários em todos os segmentos corporais(9). A Síndrome de Parkinson, por exemplo, possui um quadro clínico característico como tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural, decorrente de lesões no núcleo de base(9,10,11).
A disartria hipercinética também decorre de uma alteração no sistema extrapiramidal. Estes movimentos são evidenciados de forma brusca e rápida do tipo coréico (preponderante nos membros superiores e crânio) ou lenta do tipo atetósica, (predominante nas porções distais e em membros superiores).
Entre as suas características, verifica-se anormalidade dos movimentos involuntários, rigidez muscular e perda das reações posturais(5), redução nos movimentos articulatórios com lentidão no percurso do músculo, rigidez, tremores e perda dos movimentos automáticos.
CONTRIBUIÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
O fonoaudiólogo é um profissional importante na reabilitação das disartrias, tendo em vista a sintomatologia apresentada por estes sujeitos, especialmente no que se refere às já citadas alterações funcionais de respiração, fonação e articulação.
O fonoaudiólogo deve proporcionar a melhora na inteligibilidade da articulação da fala, ao reduzir o déficit de comprometimento articulatório, desenvolver estratégias compensatórias dos acometimentos da respiração, fonação e articulação e facilitar a comunicação com os familiares e cuidadores.
É importante que os cuidadores e familiares sejam orientados a dar atenção integral ao paciente, escolher o melhor ambiente e hora para conversar, olhar sempre para o disártrico, evitar comunicação a longa distância, deixar o disártrico calmo para repetir as palavras e frases mal elaboradas e não interromper os turnos do discurso. Se não entender, pedir para que repita a frase, deixando-o concluir seu pensamento, no intuito de evitar que ele sinta que alguém fala por ele, o que pode acarretar baixa-estima, perda da sua identidade, enquanto ser falante e eficaz.
A terapia consiste no emprego de técnicas específicas em que a articulação, respiração, fonação e ressonância deverão ser reabilitadas de forma que o disártrico tome consciência da alteração na sua comunicação, no intuito de propiciar um melhor autocontrole, para depois haver a correção das alterações(2).
O tratamento fonoaudiológico deverá ser iniciado o mais breve possível, visando à motivação para a terapia, bem como impedir a eclosão de padrões articulatórios incorretos.
Fonte: www.educaja.com.br
Disartria: O que é? E como tratar?
A Disartria é uma alteração na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos mecanismos da fala. Compreende as disfunções motoras de respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia.
Respiração: O controle deficiente da expiração e inspiração intereferirá na entonação, prejudicando a inteligibilidade da fala
Prosódia: Muitos disartricos tem uma entonação e prosódia distorcidas.
Fonação: A paralisia das pregas vocais resultará em um som fraco e abafado e fará com que o paciente se canse facilmente. O volume da voz airá após um certo perídodo da fala ou no final da oração.
Ressonância: Se há insuficiência palatal, a qualidade da voz terá baixa ressonância (hiponasalidade) ou muita ressonância (hipernasalidade).
Articulação: A redução da atividade neuromuscular da língua, lábios, palato mole e mandíbula produz alteração de fala.
A disartria pode ser causada por um processo traumatico craniocervical; tumores benignos ou malignos do cérebro, cerebelo ou tronco encefálico; lesão vascular encefálica/ doenças infecciosas, metabólicas, tóxicas ou degenerativas do sistema nervosos ou do muscular.
O local da lesão pode ser o Sistema Nervosos Central e/ ou periférico.
Tipos de Disartrias
Disartria Flácida: Flacidez ou paralisia com diminuição dos reflexos de alongamento muscular;Alteração do movimento voluntário, automático e reflexo;Atrofia das fibras musculares (perda da massa muscular).
Disartria Espástica: Presença da espasticidade associadas com outras características incluindo disfagia, labilidade emocional e fraqueza bulbar.
Disartria Atáxica: Os músculos afetados estão hipotônicos. Os movimentos são lentos. Com frequência se observa nistagmo e os movimentos oculares podem ser irregulares. Aspereza da voz e uma monotonia no tom com poucas variações de intensidade.
Disartria Hipocinética: Associada á doença de Parkinson, com característica principal a debilidade da voz, prosódia, inteligibilidade da fala e articulação com falhas.
A disartria é uma alteração da fala de etiologia neurogênica, ou seja, não compreende patologias da fala associadas aos defeitos estruturais somáticos ou psicológicos(5). A disartria pode afetar tanto os movimentos voluntários, coordenados pelo sistema nervoso piramidal, como os involuntários, coordenado pelo sistema extrapiramidal.
O mecanismo da fala engloba, basicamente, articulação, fonação, respiração, ressonância e prosódia(2). Estes processos são encontrados no trato vocal, sendo a prosódia o resultado harmônico de todos os mecanismos envolvidos, que necessitam de uma ação muscular para o seu perfeito funcionamento(6).
O tipo de disartria resulta do transtorno neuromuscular e depende do local em que ocorreu a lesão(5) . Devido a este fato, o mecanismo da fala pode ser alterado em menor ou maior grau, atingindo diferentes músculos orofaciais, gerando tipos específicos de disartria.
Portanto, os sistemas neuromusculares danificados originam um tipo de disartria que podem afetar o neurônio motor inferior (disartria do tipo flácida), neurônio motor superior (disartria espástica), cerebelo (disartria atáxica), sistema piramidal ou sistema extrapiramidal.
A disartria pode ser definida como uma alteração na expressão oral causada por um acometimento no controle muscular dos mecanismos da fala(1,2), em decorrência de uma lesão no Sistema Nervoso Central (SNC) ou Periférico (SNP)(3). Nas disartrias, há a diminuição ou perda da faculdade de unir os sons, o que acarreta na emissão imprecisa de sílabas(4).
A disartria é uma alteração da fala de etiologia neurogênica, ou seja, não compreende patologias da fala associadas aos defeitos estruturais somáticos ou psicológicos(5). A disartria pode afetar tanto os movimentos voluntários, coordenados pelo sistema nervoso piramidal, como os involuntários, coordenado pelo sistema extrapiramidal.
O mecanismo da fala engloba, basicamente, articulação, fonação, respiração, ressonância e prosódia(2). Estes processos são encontrados no trato vocal, sendo a prosódia o resultado harmônico de todos os mecanismos envolvidos, que necessitam de uma ação muscular para o seu perfeito funcionamento(6).
O tipo de disartria resulta do transtorno neuromuscular e depende do local em que ocorreu a lesão(5) . Devido a este fato, o mecanismo da fala pode ser alterado em menor ou maior grau, atingindo diferentes músculos orofaciais, gerando tipos específicos de disartria.
Portanto, os sistemas neuromusculares danificados originam um tipo de disartria que podem afetar o neurônio motor inferior (disartria do tipo flácida), neurônio motor superior (disartria espástica), cerebelo (disartria atáxica), sistema piramidal ou sistema extrapiramidal.
DISARTRIA FLÁCIDA
Os neurônios fazem uma conexão entre o SNC e as fibras do músculo esquelético ativando-o(5). Dos corpos celulares localizados no corno anterior da medula espinhal e nos núcleos motores dos nervos cranianos do tronco cerebral, os axônios dos neurônios motores inferiores passam pelos vários nervos espinhais e cranianos motores para o SNP e, daí, aos músculos voluntários(5).
O segundo neurônio motor ou periférico representa a via final da motricidade e é, portanto, um agente executor efetor(7). A lesão em alguma extensão da unidade motora implica na alteração da motricidade voluntária, causando diminuição do alongamento muscular e flacidez dos músculos(1,3). Quando o neurônio motor inferior não transmite os impulsos nervosos necessários para a manutenção da adequação do tônus, a principal característica gerada desta alteração é a hipotonia.
As características clínicas da disartria flácida são: hipernasalidade associada a escape aéreo nasal, voz suspirada, inspiração audível(5), pobre abertura labial, excesso de saliva, dificuldade quanto aos movimentos alternantes da língua, redução do tempo de fonação, pobreza de inteligibilidade(7), respiração curta, dificuldade na emissão de tons altos, voz baixa e dificuldade na emissão de fonemas fricativos e plosivos(2).
DISARTRIA ESPÁSTICA
Os neurônios motores superiores transmitem impulsos nervosos das áreas motoras do córtex cerebral do giro pré-central ou pré-motor do córtex aos neurônios motores inferiores e encontram-se localizados no cérebro, tronco encefálico e medula espinhal.
Lesões neste neurônio ocasionam debilidade e espasticidade contralateral do córtex lesionado (giro pré-central do córtex), sendo evidente a alteração motora nos músculos distais das extremidades da língua e dos lábios, podendo ser uni ou bilateral.
A lesão unilateral está localizada em cada córtex motor ou cápsula interna, sendo manifestada alteração nos lábios e parte inferior do rosto. Entretanto, a disartria espástica persistente ou bilateral é causada por uma interrupção bilateral dos neurônios motores superiores que inervam os músculos dos nervos cranianos bulbares.
Os principais sintomas de uma disfunção muscular são: espasticidade, fraqueza muscular, limitação e lentidão de movimentos.
O distúrbio da fala afeta alguns fonemas, embora as sentenças produzidas sejam gramaticalmente corretas e a compreensão também seja normal(4). Os fonemas bilabiais, linguodentais e fricativos apresentam-se mais distorcidos do que os outros(6). É importante mencionar há descontrole da respiração devido à incapacidade de vedação velofaríngea, dificuldade de protrusão de língua, de levantar o véu palatal e controlar os movimentos dos lábios, ausência de diferenciação entre sons surdos e sonoros, voz rouca e baixa, frases curtas, ausência de controle fonorrespiratório, distorção de vogais e hipernasalidade(2,8,9).
DISARTRIA ATÁXICA
O estudo das lesões cerebelares e de seus efeitos permite findar que o cerebelo regula a força, a velocidade, a duração e a direção dos movimentos originados em outros sistemas motores(1). Lesões no cerebelo ou em suas conexões levam a ataxia, em que os movimentos se tornam descoordenados(5). Se esta ataxia afetar os músculos do mecanismo da fala, a sua produção se torna alterada(4). O cerebelo está anatomicamente localizado na porção posterior do tronco cerebral, onde ocupa a maior parte da fossa craniana posterior. Este órgão é separado dos lobos occipital e temporal do cérebro pelo tentório cerebelar(2).
Os músculos afetados se tornam hipotônicos, os movimentos lentos com alteração na força, extensão, duração e direção(1). Há o predomínio de monotonia, interrupções e, às vezes, nasalidade e presença de lentidão na leitura e prosódia(2,7).
A fala de pacientes com este tipo de disartria é denominada de escandida ou “scanning speech”, caracterizada por pausas depois de cada sílaba e lentificação das palavras(4). Estas alterações referem-se à prosódia, que consiste em enfatizar sílabas de forma diferente da habitual(1). Além disso, a presença de movimentos hipercompensatórios afetam a direção e controle da língua, volume, timbre da voz provocando uma articulação espasmódica, explosiva(8).
As alterações da fala que emergem diante da disartria atáxica, segundo Brown, Darley e Monson (1970, apud Murdoch5), são: imprecisão articulatória e distorção de consoantes e vogais; intervalos prolongados e velocidade lenta, monopitch, monoloudness e voz áspera(5).
DISARTRIA POR LESÕES NO SISTEMA PIRAMIDAL
O sistema piramidal, responsável pelo controle motor dos movimentos voluntários e corticais dos membros é formado por fibras do trato corticoespinhal, corticomesencefálico e corticobulbar(5).
Os hemisférios cerebrais inervam os músculos articulatórios bilateralmente. Uma lesão piramidal bilateral ocasiona uma disartria de difícil prognóstico, entretanto, uma lesão unilateral não acarreta disartria permanente(7). Neste, não se verifica fibrilação de língua, porém, ela permanece estática no assoalho bucal, o que impossibilita a adequada realização da função de deglutição, uma vez que a saliva escorre pelas comissuras labiais. Na fonação, os lábios parecem paralisados, mas apresentam mobilidade nas funções involuntárias.
Disartria por lesão no sistema extrapiramidal
O sistema extrapiramidal está relacionado à função motora(5) e é constituído por núcleos cinzentos e partes do tronco cerebral(1). Os principais componentes deste sistema são os gânglios basais situados nos hemisférios cerebrais, que contribuem para o funcionamento motor. Estes núcleos incluem a substância nigra, o núcleo rubro e o núcleo subtalâmico(5).
A sintomatologia presente nas síndromes extrapiramidais pode ser agrupada em dois segmentos: os hipocinéticos e os hipercinéticos.
Síndrome extrapiramidal é a denominação indicada para patologias que afetam unicamente o sistema extrapiramidal, que regula o tônus muscular necessário para manter uma postura ou modificá-la, organiza os movimentos associados ao ato de andar e facilita o automatismo nos atos voluntários que requerem destreza(1).
A disartria hipocinética é caracterizada por lentidão e limitação dos movimentos, voz monótona com monoaltura e monointensidade, articulação imprecisa das consoantes, diminuição dos atos espontâneos, rigidez(3), presença de tremor que conduz à festinação(8), bem como diminuição da tonicidade muscular, com movimentos involuntários em todos os segmentos corporais(9). A Síndrome de Parkinson, por exemplo, possui um quadro clínico característico como tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural, decorrente de lesões no núcleo de base(9,10,11).
A disartria hipercinética também decorre de uma alteração no sistema extrapiramidal. Estes movimentos são evidenciados de forma brusca e rápida do tipo coréico (preponderante nos membros superiores e crânio) ou lenta do tipo atetósica, (predominante nas porções distais e em membros superiores).
Entre as suas características, verifica-se anormalidade dos movimentos involuntários, rigidez muscular e perda das reações posturais(5), redução nos movimentos articulatórios com lentidão no percurso do músculo, rigidez, tremores e perda dos movimentos automáticos.
CONTRIBUIÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
O fonoaudiólogo é um profissional importante na reabilitação das disartrias, tendo em vista a sintomatologia apresentada por estes sujeitos, especialmente no que se refere às já citadas alterações funcionais de respiração, fonação e articulação.
O fonoaudiólogo deve proporcionar a melhora na inteligibilidade da articulação da fala, ao reduzir o déficit de comprometimento articulatório, desenvolver estratégias compensatórias dos acometimentos da respiração, fonação e articulação e facilitar a comunicação com os familiares e cuidadores.
É importante que os cuidadores e familiares sejam orientados a dar atenção integral ao paciente, escolher o melhor ambiente e hora para conversar, olhar sempre para o disártrico, evitar comunicação a longa distância, deixar o disártrico calmo para repetir as palavras e frases mal elaboradas e não interromper os turnos do discurso. Se não entender, pedir para que repita a frase, deixando-o concluir seu pensamento, no intuito de evitar que ele sinta que alguém fala por ele, o que pode acarretar baixa-estima, perda da sua identidade, enquanto ser falante e eficaz.
A terapia consiste no emprego de técnicas específicas em que a articulação, respiração, fonação e ressonância deverão ser reabilitadas de forma que o disártrico tome consciência da alteração na sua comunicação, no intuito de propiciar um melhor autocontrole, para depois haver a correção das alterações(2).
O tratamento fonoaudiológico deverá ser iniciado o mais breve possível, visando à motivação para a terapia, bem como impedir a eclosão de padrões articulatórios incorretos.
Fonte: www.educaja.com.br
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4 comentários:
Adorei seu artigo e inclusive usarei em meu trabalho, por isso gostaria de saber se além do educaja usasse alguma outra fonte? Desde já agradeço!
Olá Bianca! Obrigada! Nesta postagem delimitei somente no "educaja". Caso queira maiores informações me mande um e-mail que terei o prazer em ajudá-la.
ola bom dia também achei interessante, to com um caso academico que a criança não anda e nem fala e tem disartria espástica, vcs podem me ajudar nos planos terapeuticos ela tem 3 anos e um mes de vida
to fazendo um trabalho academico que minha paciente não anda e e nem fala tem 3 anos ela sofreu um acidente e teve o diagnostico do neurologista com TCE, e disatria eu acho que vai ser disartria espástica? quais seriam os planos terapeuticos mais cabiveis a esse caso
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