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"A sucção é o meio com o qual a crianças se comunica com o mundo em seus primeiros dias de vida. Por um momento da vida, é fonte de prazer e emoção. Por isso o ato de sugar deve estar completamente disponível através da amamentação materna para que a criança além de ter suas necessidades nutritivas supridas descarregue todas as suas tensões medos e angústias. Caso contrário pode ser desenvolvido, pela criança, algum hábito bucal podendo trazer prejuízos irreversíveis."
FETO NA FASE INTRA-UTERINA COM HÁBITO DE SUCÇÃO
A sucção é um instinto fisiológico para o bebê, no qual ele satisfaz suas necessidades nutritivas e afetivas. Através dela, o bebê estabelece o primeiro contato com sua mãe, pela amamentação. Toda percepção começa pela boca: o tato, o paladar, a temperatura, o olfato, o sentido da cor e também a sensibilidade profunda através do ato de deglutição. Assim a boca reúne todas as sensações de que dispõe a criança. Além disso, a ação de mamar e de deglutir é a primeira atividade infantil coordenada. Os hábitos bucais referem-se a toda ação controlada ou exercida pela musculatura intra e peribucal.
Certos hábitos servem como estímulo ao crescimento normal dos maxilares, por exemplo, a ação normal dos lábios e a mastigação. Os hábitos anormais que possam interferir no padrão regular de crescimento facial devem ser diferenciados dos hábitos normais que são parte de uma função orofaríngea normal e, portanto, desempenham um importante papel no crescimento craniofacial e na fisiologia oclusal.
MORDIDA ABERTA ANTERIOR CAUSADA POR HÁBITO DE SUCÇÃO DE CHUPETA
Podemos exemplificar como hábitos orais deletérios o uso da chupeta, sucção digital, sucção dos lábios, sucção da língua entre outros.
Os hábitos são definidos pela repetição de um ato agradável ao indivíduo que inicialmente têm participação consciente e gradativamente se automatiza tornando-se inconsciente e transformando em uma necessidade para o indivíduo.
Freqüência
Os hábitos de sucção são bastante comuns nas fases iniciais da vida sendo encontrados em até 95% das crianças de 4 anos de idade quando são desenvolvidos como um estímulo de prazer ou alívio de tensões. Porém quase sempre são superados pela própria criança sem a necessidade de uma intervenção profissional.
Segundo alguns autores, em até 30% dos indivíduos estes hábitos são encontrados em etapas posteriores de crescimento quando passam a se tornar preocupantes.
Origem do hábito
A origem dos hábitos orais deletérios é um assunto bastante importante e deve ser visto como um padrão de natureza multivariada. Têm sua origem na lactância ou na primeira infância, e suas causas podem ser de natureza fisiológica, emocional ou aprendida. Estão intimamente ligados ao estado psico-emocional da criança e ela os executa nos momentos de angustia e ansiedade. As crianças tentam suprir através dos hábitos orais as suas necessidades neurais inerente a uma etapa de suas vidas e do seu desenvolvimento.
São geralmente agravados ou desenvolvidos no período de lactação durante o qual o uso de mamadeira em substituição ao seio materno, satisfaz a necessidade nutricional, mas não satisfaz plenamente as carências da criança e em alguns momentos, após a lactação artificial, ressurge ainda a necessidade de sucção e a criança procura os dedos da mão para satisfazê-la, quando não recebe mais comumente, a chupeta.
Prejuízos causados pelos hábitos
Os prejuízos causados pelos hábitos orais são muitos e variam com o tipo de hábito desenvolvido. Entre eles podemos citar: espaçamento na região ântero-superior, protrusão dos incisivos superiores, overjet acentuado, mordida aberta anterior, arco superior estreito, arco inferior amplo, arco achatado na região de incisivos inferiores, largura intercaninos maior no arco superior e inferior, arco maxilar e mandibular mais longos, mordida cruzada posterior, incisivos inferiores inclinado para a lingual, incisivos inferiores verticalizados, incisivos inferiores inclinados para vestibular, lábio superior curto e hipotônico, musculatura do lábio inferior e músculo mentoniano hiperativos, maior prevalência de classe II, ausência de efeito sobre a relação molar ou esquelética, retrognatismo mandibular, aumento de altura facial anterior inferior, perfil mais convexo, aumento da sobre mordida, desenvolvimento de interposição lingual, alteração no padrão de deglutição e alteração na articulação das palavras.
A presença e o grau de severidade dos efeitos nocivos desses hábitos dependerão de alguns parâmetros tais como: duração, freqüência, intensidade, posição da chupeta ou dedo na boca, padrão de crescimento da criança e grau de tonicidade da musculatura buco-facial.
Tratamento
Para um hábito bucal ser desenvolvido é preciso uma carência de sucção e para criança o melhor estímulo de sucção é a amamentação materna onde ela precisa fazer uma grande força para conseguir se alimentar e assim suprir sua necessidade de sucção. Então a melhor conduta seria a prevenção através da amamentação materna. Porém uma vez desenvolvido o hábito bucal deletério se faz necessário o tratamento.
Devemos diferenciar dois tipos de tratamento. O primeiro se refere ao tratamento do hábito e o segundo ao tratamento dos prejuízos causados pelo hábito. É de fundamental importância que o tratamento esteja totalmente envolvido por uma equipe multidisciplinar.
Os hábitos orais deletérios, apesar de não fisiológicos só se tornarão prejudiciais à criança se avançarem aos o período da dentição mista e devem ser removidos então entre 4 e 5 anos. Até esta fase todos os prejuízos já causados são autocorrigidos.
A remoção do hábito deve envolver primeiramente o acompanhamento clínico do dentista para que o paciente se conscientize da necessidade da remoção do hábito e deve contar também com o acompanhamento psicológico uma vez que o hábito está presente por uma carência ou deficiência emocional não suprida por algum motivo.
Como os prejuízos causados pelos hábitos bucais deletérios envolvem outras áreas além da odontologia, cabe ao profissional que possui o primeiro contato com o paciente identificar e encaminhar para outras áreas como fonoaudiologia, ortodontia, odontopediatria, otorrinolaringologia.
Conclusão
Os hábitos bucais deletérios apesar de não fisiológicos são considerados normais no desenvolvimento da criança, porém devem ser acompanhados e tratados entre 4 e 5 anos para que não cause prejuízos irreversíveis. Considerados nocivos, constituem motivo de agitação na atmosfera familiar e despertam a atenção de todos aqueles que têm uma parcela de responsabilidade sobre a saúde da criança. Constituem objeto de estudo de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, odontopediatras e ortodontistas.
Hábitos de Sucção na Infância
"A sucção é o meio com o qual a crianças se comunica com o mundo em seus primeiros dias de vida. Por um momento da vida, é fonte de prazer e emoção. Por isso o ato de sugar deve estar completamente disponível através da amamentação materna para que a criança além de ter suas necessidades nutritivas supridas descarregue todas as suas tensões medos e angústias. Caso contrário pode ser desenvolvido, pela criança, algum hábito bucal podendo trazer prejuízos irreversíveis."
FETO NA FASE INTRA-UTERINA COM HÁBITO DE SUCÇÃO
A sucção é um instinto fisiológico para o bebê, no qual ele satisfaz suas necessidades nutritivas e afetivas. Através dela, o bebê estabelece o primeiro contato com sua mãe, pela amamentação. Toda percepção começa pela boca: o tato, o paladar, a temperatura, o olfato, o sentido da cor e também a sensibilidade profunda através do ato de deglutição. Assim a boca reúne todas as sensações de que dispõe a criança. Além disso, a ação de mamar e de deglutir é a primeira atividade infantil coordenada. Os hábitos bucais referem-se a toda ação controlada ou exercida pela musculatura intra e peribucal.
Certos hábitos servem como estímulo ao crescimento normal dos maxilares, por exemplo, a ação normal dos lábios e a mastigação. Os hábitos anormais que possam interferir no padrão regular de crescimento facial devem ser diferenciados dos hábitos normais que são parte de uma função orofaríngea normal e, portanto, desempenham um importante papel no crescimento craniofacial e na fisiologia oclusal.
MORDIDA ABERTA ANTERIOR CAUSADA POR HÁBITO DE SUCÇÃO DE CHUPETA
Podemos exemplificar como hábitos orais deletérios o uso da chupeta, sucção digital, sucção dos lábios, sucção da língua entre outros.
Os hábitos são definidos pela repetição de um ato agradável ao indivíduo que inicialmente têm participação consciente e gradativamente se automatiza tornando-se inconsciente e transformando em uma necessidade para o indivíduo.
Freqüência
Os hábitos de sucção são bastante comuns nas fases iniciais da vida sendo encontrados em até 95% das crianças de 4 anos de idade quando são desenvolvidos como um estímulo de prazer ou alívio de tensões. Porém quase sempre são superados pela própria criança sem a necessidade de uma intervenção profissional.
Segundo alguns autores, em até 30% dos indivíduos estes hábitos são encontrados em etapas posteriores de crescimento quando passam a se tornar preocupantes.
Origem do hábito
A origem dos hábitos orais deletérios é um assunto bastante importante e deve ser visto como um padrão de natureza multivariada. Têm sua origem na lactância ou na primeira infância, e suas causas podem ser de natureza fisiológica, emocional ou aprendida. Estão intimamente ligados ao estado psico-emocional da criança e ela os executa nos momentos de angustia e ansiedade. As crianças tentam suprir através dos hábitos orais as suas necessidades neurais inerente a uma etapa de suas vidas e do seu desenvolvimento.
São geralmente agravados ou desenvolvidos no período de lactação durante o qual o uso de mamadeira em substituição ao seio materno, satisfaz a necessidade nutricional, mas não satisfaz plenamente as carências da criança e em alguns momentos, após a lactação artificial, ressurge ainda a necessidade de sucção e a criança procura os dedos da mão para satisfazê-la, quando não recebe mais comumente, a chupeta.
Prejuízos causados pelos hábitos
Os prejuízos causados pelos hábitos orais são muitos e variam com o tipo de hábito desenvolvido. Entre eles podemos citar: espaçamento na região ântero-superior, protrusão dos incisivos superiores, overjet acentuado, mordida aberta anterior, arco superior estreito, arco inferior amplo, arco achatado na região de incisivos inferiores, largura intercaninos maior no arco superior e inferior, arco maxilar e mandibular mais longos, mordida cruzada posterior, incisivos inferiores inclinado para a lingual, incisivos inferiores verticalizados, incisivos inferiores inclinados para vestibular, lábio superior curto e hipotônico, musculatura do lábio inferior e músculo mentoniano hiperativos, maior prevalência de classe II, ausência de efeito sobre a relação molar ou esquelética, retrognatismo mandibular, aumento de altura facial anterior inferior, perfil mais convexo, aumento da sobre mordida, desenvolvimento de interposição lingual, alteração no padrão de deglutição e alteração na articulação das palavras.
A presença e o grau de severidade dos efeitos nocivos desses hábitos dependerão de alguns parâmetros tais como: duração, freqüência, intensidade, posição da chupeta ou dedo na boca, padrão de crescimento da criança e grau de tonicidade da musculatura buco-facial.
Tratamento
Para um hábito bucal ser desenvolvido é preciso uma carência de sucção e para criança o melhor estímulo de sucção é a amamentação materna onde ela precisa fazer uma grande força para conseguir se alimentar e assim suprir sua necessidade de sucção. Então a melhor conduta seria a prevenção através da amamentação materna. Porém uma vez desenvolvido o hábito bucal deletério se faz necessário o tratamento.
Devemos diferenciar dois tipos de tratamento. O primeiro se refere ao tratamento do hábito e o segundo ao tratamento dos prejuízos causados pelo hábito. É de fundamental importância que o tratamento esteja totalmente envolvido por uma equipe multidisciplinar.
Os hábitos orais deletérios, apesar de não fisiológicos só se tornarão prejudiciais à criança se avançarem aos o período da dentição mista e devem ser removidos então entre 4 e 5 anos. Até esta fase todos os prejuízos já causados são autocorrigidos.
A remoção do hábito deve envolver primeiramente o acompanhamento clínico do dentista para que o paciente se conscientize da necessidade da remoção do hábito e deve contar também com o acompanhamento psicológico uma vez que o hábito está presente por uma carência ou deficiência emocional não suprida por algum motivo.
Como os prejuízos causados pelos hábitos bucais deletérios envolvem outras áreas além da odontologia, cabe ao profissional que possui o primeiro contato com o paciente identificar e encaminhar para outras áreas como fonoaudiologia, ortodontia, odontopediatria, otorrinolaringologia.
Conclusão
Os hábitos bucais deletérios apesar de não fisiológicos são considerados normais no desenvolvimento da criança, porém devem ser acompanhados e tratados entre 4 e 5 anos para que não cause prejuízos irreversíveis. Considerados nocivos, constituem motivo de agitação na atmosfera familiar e despertam a atenção de todos aqueles que têm uma parcela de responsabilidade sobre a saúde da criança. Constituem objeto de estudo de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, odontopediatras e ortodontistas.
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A Divulgação da Fonoaudiologia!
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Este Blog é uma central de compartilhamento de informações, notícias, trabalhos científicos e arquivos. Sendo seu objetivo principal a interação entre fonoaudiólogos ou estudantes de fonoaudiologia e áreas correlacionadas, sendo assim sua participação é sempre de extrema importância. Além das informações e orientações sobre Fonoaudiologia e áreas correlacionadas, estarão disponíveis materiais terapêuticos, sendo que as autorias sempre serão respeitadas. O fornecimento dos Download visa suprir a dificuldade de acesso e aquisição de materiais em nossas áreas de atuação, porem jamais fazendo apologia a pirataria. Assim deixo um pedido: Caso possam adquirir as obras nas livrarias, compre-as, contribuindo assim com os autores e com o movimento da máquina científica. As publicações de minha autoria que estão sendo disponibilizadas podem ser utilizadas de forma livre pelos visitantes, peço apenas que divulguem a fonte e autoria do material.
“As informações e sugestões contidas neste site têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e o acompanhamento ao Odontopediatra, Ortopedia Funcional dos Maxilares, Ortodontia,Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Pediatria e outros especialistas”
4 comentários:
Ola Fga.Leandra meu nome é Flávia e achei muito interessante esse assunto porque tenho 26 anos e tenho o hábito de sucção de lingua desde criança.já pensei em procurar um profissional para me ajudar com esse problema mas nem sei qual é o que trata desse problema,você pode me informa?
parabéns pelo blog! sou fisio e gostaria de uma opinião e informação de uma profissional da área, minha bebê tem 10 meses e desde a barriga já chupava 2 dedinhos, esse hábito persiste até o momento...amamentei exclusivamente até o sexto mês e até o mês passado ela mamava peito, ela que deixou...enfim, desisti de tentá-la fazer tirar os dedinhos no momento de sono...será que terá consequencias futuras? vc recomenda algo? ela nãu utiliza chupetas e só pega mamadeira com leite, suco e água somente no copo! agradeço a atenção DANIELLE mãe da MAITÊ
O profissional que faz intervenção em qualquer hábito oral é o fonoaudiólogo!!!
Quanto a sucção digital, comece tirando a mamadeira e substitua pelo copo de treinamento. O ideal é estimular a retirada do dedo substituíndo por um objeto no qual chamamos de transição. O reflexo de sucção vai até o nono mês, após isso cria-se o que chamamos de hábito deletério.
Com dez meses, o bebê ainda é muito pequeno para pensarmos na retirada do hábito! Podemos aguardar! Mantenha o aleitamento materno o máximo possível!!! Abraço.
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