É muito comum percebermos em crianças de 6 e 7 anos a arcada superior projetada para frente (“dentuço”). Também, poderá a arcada inferior ser projetada ou o queixo estar para trás. Para identificar sinais de que a criança apresenta algum comprometimento que requeira a avaliação e acompanhamento de um especialista (ortodontista, fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, alergista,...) deve-se observar:
- Na criança desde 2 ou 3 anos a posição de língua no repouso (quando não está falando) deverá estar elevada, com a ponta da língua atrás dos incisivos superiores, sem tocá-los.
- Se estiver com a lingua projetada entre dentes, já estará iniciando um processo de respirador bucal.
- Quando estiver falando palavras com os sons /s/ e /z/, /t/ e /d/, se também apresenta esta projeção de língua entre dentes. Se sim, já estará empurrando com a ponta da língua os dentes incisivos superiores e projetando sua arcada superior.
- Se a criança imita pessoas que covive e que falem com dificuldade, como as referidas. Neste caso o a outra pessoa terá que ser tratada também, especialmente se convive diretamente com a criança como os pais e irmãos.
- Nunca a criança falando errado, para fazer gracinha ou ser solidário.Os adultos devem dar o exemplo certo.
- Se na deglutição também projeta a língua empurrando os dentes incisivos.
- Se em fonemas como /s/ e /z/ a criança costuma mover queixo para direita ou para esquerda,fazendo assim uma mordida cruzada.
- Se chupou bico, tomou mamadeira ou sugou o dedo por muito tempo.
- Se baba durante a noite, ronca ou acorda com a boca seca.
Quando o médico detecta, por meio de exames, que a criança tem a Síndrome do Respirador Bucal, muitos pais se assustam com o nome, e subtendem que é uma patologia extremamente rara entre as crianças. Mas ao contrário do que se pensa a Síndrome do Respirador Bucal é bastante comum entre as crianças, tanto é que somente no Brasil pesquisas apontam que 40% das crianças que respiram pela boca, apresentam a “Síndrome do Respirador Bucal”. De acordo com a fonoaudióloga, da Clínica de Reabilitação Corpo em Terapia, Dra. Maryene Tenório, os sinais e sintomas mais comuns da Síndrome do Respirador Bucal são as narinas entupidas, desconforto na garganta e voz anasalada.
Segundo a fonoaudióloga Dra. Maryene Tenório, um dos fatores que causam na criança a Síndrome do Respirador Bucal, é o uso por tempo prolongado de bicos artificiais, a exemplo de mamadeiras e chupetas. Além da utilização por um longo período dos bicos artificiais, outro fator acelerador da SRB é a poluição nas grandes cidades por meio de agentes poluentes, como fumaças de carros, poeira e agentes químicos. “Todos estes fatores fazem com que os tecidos de proteção da respiração, como adenóides, amigdalas, cornetos nasais aumentem de tamanho, mas esse aumento acarreta uma maior dificuldade em se respirar pelo nariz, e como conseqüência a criança começa a abrir a boca para conseguir respirar”, explica a fonoaudióloga da Clínica de Reabilitação Corpo em Terapia, Dra. Maryene Tenório.
Conseqüências - Dra. Maryene Tenório explica que ao longo do tempo, o hábito de respirar pela boca causa na criança flacidez dos músculos faciais, lábios e língua, alterações na postura corporal, deformidades faciais, insuficiência respiratória, má oclusão dentária, cansaço freqüente, boca seca, mau hálito, falta de apetite e noites mal dormidas. A fonoaudióloga ainda acrescenta que quem respira de forma incorreta tem uma postura caracterizada por ombros caídos, pés chatos, joelhos projetados para trás e uma retificação da região cervical (cabeça, ombros e braços deslocados para frente). "A correção é feita através de exercícios respiratórios, fortalecimento dos grupos musculares mais fracos e alongamentos, entre outros recursos", diz.
Devido a flacidez na boca e língua, o processo de mastigação e deglutição ficam comprometidos. Tudo isso acarreta na criança uma alimentação inadequada, já que a mesma fica impedida de triturar a comida e respirar ao mesmo tempo. “Geralmente as crianças como SRO comem rápido, mastigam pouco, utilizam líquido para auxiliar na hora de engolir e tende a preferir alimentos pastosos”, revela a fonoaudióloga Dra. Maryene Tenório. Além de apresentar dificuldade na alimentação às crianças com SRO são prejudicados na fala, sono e tendem a ter dificuldade em se concentrar. "Estudos ainda apontam uma menor oxigenação cerebral quando se respira pela boca, o que prejudica o aprendizado", completa a fonoaudióloga, Dra. Maryene Tenório.
A dica da fonoaudióloga, Dra. Maryene Tenório, para tratar a Síndrome do Respirador Oral, é quando desconfiar do constante “congestionamento” do nariz da criança, procurar imediatamente orientação médica. O tratamento, medicamentos ou cirúrgico, vai depender do fator que provoca a respiração bucal.
Atenção!!! A criança respiradora bucal exagerada ou aquela que os pais notam que ”baba” no travesseiro a noite, deve ter pesquisado seu sistema respiratório por um Otorrinolaringologista , ou ainda um Alergista, para que se verifique o porque da não respiração nasal normal.
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