O risco entre meninos é maior do que entre meninas. E as chances são 32% maiores se a criança tiver mais de um irmão com autismo
Irmãos mais novos de crianças com autismo têm uma maior probabilidade
de serem diagnosticados com a doença do que se acreditava até agora. É o
que indica um estudo publicado no periódico científico Pediatrics
nesta segunda-feira. De acordo com a pesquisa, 19% dos irmãos mais
novos desenvolveram a doença, enquanto as estimativas anteriores
variavam entre 3% e 10%.
Se houver duas crianças com a doença na família, o risco de o terceiro
irmão desenvolver autismo sobe para 32%, segundo os resultados do
estudo. A pesquisa mostrou que crianças do sexo masculino que tinham um
irmão mais velho com autismo tinham três vezes mais chances de ter a
doença do que bebês do sexo feminino (26% em comparação com 9%).
O estudo não demonstrou aumento do risco ao associar o sexo do filho
mais velho, a gravidade dos sintomas da primeira criança com autismo ou
ainda caracterísitcas da família, como idade dos pais, situação
sócio-econômica e raça.
Partiticparam do estudo 664 crianças de 12 estados americanos e
candenses, avaliadas desde os seis meses de idade até os 36 meses. A
pesquisa é considerada a mais completa já realizada, uma vez que foi
baseada em métodos padrão-ouro de diagnóstico e avaliações realizadas
por pesquisadores especializados – ao contrário de estudos anteriores,
que foram baseados em critérios diagnósitos menos confiáveis. De acordo
com os pesquisadores, os resultados sugerem que os pediatras devem ter
um olhar atento aos irmãos de crianças diagnotícadas com autismo. Isso
porque, com intervenções precoces, os sintomas dessas crianças podem
ser reduzidos ao mínimo.
"Os resultados enfatizam a importância do histórico familiar como um
fator de risco para o autismo. Por isso, requer atenção por parte dos
pais e médicos no acompanhamento dessas crianças desde cedo para
determinar se o irmão mais novo poderá desenvolver autismo ou algum
distúrbio de desenvolvimento", disse Alycia Halladay, diretora de
pesquisa de ciências ambientais da organização Autism Speaks.
O autismo é um transtorno neurobiológico complexo, que inibe a
habilidade de comunicação e de desenvolver relações sociais. Em geral, a
doença vem acompanhada de desafios comportamentais. Distúbios
relacionados ao autismo, como a Síndrome de Asperger, são diagnosticados
em uma a cada 110 crianças nos Estados Unidos.
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