* Fátima Schenini
Para a
presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp),
Quézia Bombonatto, aprender brincando é mais rápido e efetivo porque é
mais prazeroso. Psicopedagoga, fonoaudióloga, professora, terapeuta
familiar, autora e co-organizadora de livros na área da psicopedagogia,
ela acredita que o uso de jogos de regras, modificados para transmitir
e fixar conteúdos em sala de aula, é uma forma mais agradável e
atraente para os alunos.
“Competir dentro
de regras, sabendo respeitar a força do oponente, perceber uma situação
sob o ponto de vista oposto ao seu, ativa e desenvolve os esquemas de
conhecimento, aqueles que vão poder colaborar na aprendizagem de
qualquer novo conhecimento, como observar e identificar, comparar e
classificar, conceituar, relacionar e inferir,” destaca.
Para Quézia, o
lúdico é uma atividade particularmente poderosa para o exercício da
vida social e da atividade construtiva da criança e as crianças
privadas de brincadeiras perdem a oportunidade de ativação de seus
recursos cognitivos e afetivos. “Há estudos que relacionam estresse e
depressão como sintomas de crianças que não brincam”, diz. Segundo ela,
na situação de brincadeira as crianças reproduzem esquemas próprios da
realidade. “Dentro dos esquemas prévios de relação vão surgindo os
esquemas de suas vidas e os ensaios de papéis futuros que elas irão
assumir durante a existência,” ressalta.
Para
a psicopedagoga, o mais importante para a criança é brincar, em
segundo lugar vem a educação formal. Ela constata que os pais,
atualmente, tentam acelerar o aprendizado de seus filhos, acreditando
que serão melhor sucedidos no futuro. Em sua opinião, manter-se ocupado
é realmente importante, inclusive para as crianças. “Ter obrigações
resulta em disciplina, em capacidade de administrar tempo, em
flexibilidade e em socialização. Mas agenda cheia não combina com o
universo infantil,” enfatiza. Na visão de Quézia, a prática pode
resultar na perda de concentração e comprometer o aprendizado.
Ela frisa que
brincar ajuda na socialização, estimula a criatividade e desperta a
inteligência da criança. E entende que a participação dos pais, nesse
processo, é fundamental, até porque é uma forma de aproximação com a
criança. De acordo com Quézia, brincadeiras puras e simples, como caça
ao tesouro, desenvolvem o raciocínio e podem ajudar no processo da
alfabetização, da compreensão, da matemática e outros tipos de
conhecimentos. Há inúmeras formas de diversão, mesmo quando o espaço é
restrito, assegura. Brincar de casinha, fazer cabana, jogar bola,
teatro de fantoches ou de sombras são alguns exemplos. Cita, ainda,
brinquedos baratos e simples que podem ser produzidos pelos próprios
pais, como bonecos e carrinhos.
Com relação aos
jogos eletrônicos, ela afirma que existem excelentes opções para
estimular o raciocínio, a criatividade, a leitura e a escrita. Em sua
avaliação, podem ser uma ferramenta lúdica útil, mas é necessário
conhecer as condições e as necessidades de estágio de desenvolvimento em
que se encontra a criança. “Não deve ser uma atividade em que o
pequeno se isole ou que o jogo seja oferecido para que a criança fique
quietinha, não faça bagunça ou não cause transtornos em casa”, alerta.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br
http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/2012/06/aprender-brincando-e-mais-rapido-e.html
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