1. DISLEXIA
Definida
como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura,
escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas
salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre
05% e 17% da população mundial é disléxica.
Ao contrário do
que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização,
desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa
inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas,
apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Por esses
múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe
multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um
acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico,
direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a
resultados mais concretos.
Sinais de Alerta
Como
a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou
outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico
melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá
passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe
multidisciplinar especializada (vide adiante), mas se não houver passado
pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma
"criança de risco".
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita ;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;
Haverá muitas vezes :
disgrafia (letra feia);
discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização’;
dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
dificuldades para compreender textos escritos;
dificuldades em aprender uma segunda língua.
Haverá às vezes:
dificuldades com a linguagem falada;
dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda.
Pré -Escola
Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
Dispersão;
Fraco desenvolvimento da atenção;
Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
Dificuldade em aprender rimas e canções;
Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
Dificuldade com quebra cabeça;
Falta de interesse por livros impressos;
O fato de
apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela
seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com
certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou
estimulação.
Idade Escolar
Nesta fase, se a
criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é
necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa
prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos
prejuízo emocional:· Dificuldade na aquisição e automação da leitura e
escrita;
Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);
Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;
Confusão entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...
Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..
Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias)
Troca de letras na escrita;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;
Bom desempenho em provas orais.
Se nessa fase a
criança não for acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e
irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais e
conseqüentemente sociais e profissionais.
Adultos
Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades;
Continuada dificuldade na leitura e escrita;
Memória imediata prejudicada;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);
Dificuldade com direita e esquerda;
Dificuldade em organização;
Aspectos
afetivos emocionais prejudicados, trazendo como conseqüência:
depressão, ansiedade, baixa auto estima e algumas vezes o ingresso para
as drogas e o álcool.
Fonte: http://www.dislexia.org
2. DISARTRIA
Tem
como característica principal a fala lenta e arrastada devido a
alterações dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos responsáveis
pela fonação. A disartria de origem muscular é resultante de paresia,
paralisia ou ataxia dos músculos que intervêm nesta articulação.
A disartria pode
ter origem em lesões no sistema nervoso o que altera o controle dos
nervos provocando uma má articulação. Podemos encontrar a disatria em
pessoas que sofrem de paralisia periférica do nervo hipoglosso
(duodéssimo par dos nervos cranianos. Inerva os músculos da língua)
pneumogástrico (nervo vago ou décimo par craniano que inerva a laringe,
pulmões, esôfago, estômago e a maioria das vísceras abdominais) e
facial.
Em pessoas que
apresentam esclerose, intoxicação alcoólica, com tumores (malignos ou
benignos) no cérebro, cerebelo ou tronco encefálico, traumatismos
crânio-encefálicos. No caso de lesões cerebrais, os exames clínicos
mostram que as alterações não se manifestam isoladamente estando
associada geralmente a outros distúrbios tais como gnósio-apráxicos ou
transtornos disfásicos.
Fonte: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br
3. DISCALCULIA
A
discalculia é uma dificuldade de aprendizagem específica, que afecta os
processos relacionados com as habilidades matemáticas. Uma vez que a
aprendizagem escolar está fortemente baseada no raciocínio
lógico-matemático, a discalculia revela-se como um forte obstáculo para o
sucesso escolar.
Estas dificuldades não são
consequência de défices cognitivos, visuais ou auditivos, nem o
resultado de baixa estimulação escolar.
Existem diferentes tipos de
discalculia pelo que se torna fundamental analisar o perfil
neuropsicológico e cognitivo, no sentido de se identificarem as
principais dificuldades na noção de número, na realização de operações e
na resolução de problemas.
Sinais de alerta
Mesmo havendo diferentes
tipologias, na generalidade conseguimos identificar alguns sinais que
parecem ser mais frequentes, comprometendo as seguintes áreas:
- memória a curto prazo;
- tarefas não-verbais;
- tarefas de orientação espacio-temporal;
- formação e identificação de números;
- cálculo mental;
- manuseamento do dinheiro;
- utilização de símbolos;
4. AFASIA
Afasia é a perda
da linguagem causada por lesão no sistema nervoso central que, na maior
parte das vezes, ocorre do lado esquerdo do cérebro.
Os
quadros de afasia são muito variados. Vão desde a dificuldade de
articular bem as palavras até a perda total da linguagem oral e da
capacidade de traduzir conceitos em palavras e de simbolização.
A
afasia não se manifesta apenas na linguagem oral. Pode manifestar-se
também na escrita, porque os pacientes perderam a capacidade de
simbolizar, de traduzir o comando cerebral para a linguagem escrita. Em
alguns casos, são capazes de escrever sob ditado ou de copiar, mas
incapazes de ler o que escreveram. Em outros, trocam ou omitem letras,
às vezes, as vogais; às vezes, as consoantes.
Tipos
Dentre os principais tipos de afasia podemos citar a afasia de Wernecke e de Broca e a afasia global.
1) Afasia de
Wernecke: caracteriza-se pela fala fluente, ou logorréia, que não faz
sentido para quem ouve, embora a pessoa acredite estar falando
corretamente e mantenha a entonação adequada. É como se uma linha
telefônica com defeito distorcesse ou truncasse as palavras interferindo
na comunicação. Em geral, paciente com fala logorréica tem dificuldade
de compreensão e de expressão, mas consegue articular as palavras e
irrita-se quando não se faz entender. É muito comum, também, o afásico
de Wernecke articular palavras que existem, mas que juntas não
estabelecem nenhum significado lógico. Quando há falha da compreensão, o
prognóstico da afasia é sempre pior.
2) Afasia de
Broca: a pessoa preserva a compreensão, mas tem dificuldade para falar
porque lhe faltam as palavras. Algumas elegem jargões, uma palavra ou um
nome qualquer para diferentes situações e acreditam estar comunicando o
que querem dizer.
3) Afasia global: perda total da capacidade de falar, compreender, ler e escrever.
Causas
Acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranianos e encefálicos, tumores cerebrais, infecções e processos degenerativos.
Diagnóstico
O
diagnóstico da afasia pressupõe avaliar a capacidade de compreensão e
de expressão do paciente. É sempre importante começar pela avaliação
sensorial, uma vez que a deficiência auditiva pode interferir no
processo de comunicação. Nos casos de hemiplegia provocada por acidentes
vasculares cerebrais, é preciso ter certeza de que apenas um lado está
comprometido, antes de pedir que a pessoa movimente o outro braço para
mostrar que entende o que lhe é pedido.
Tratamento
O
tratamento da afasia é feito pela estimulação da linguagem e é
planejado especificamente para cada caso. Conhecendo as condições exatas
em que se encontra o paciente, o terapeuta irá construir pontes entre
as habilidades que permaneceram e as que foram perdidas, valendo-se da
plasticidade do sistema nervoso central. A plasticidade neuronal permite
estabelecer novas ligações entre os neurônios.
No
tratamento da afasia, a estimulação controlada, auditiva e visual, tem
por objetivo ajudar a pessoa a construir cadeias para ultrapassar os
déficits provocados pela lesão, de modo a tornar as palavras novamente
disponíveis.
Recomendações
•
É sempre possível melhorar a afasia, embora o nível dos resultados
possa depender de alguns fatores como extensão da lesão, motivação e
idade do doente e de suas condições gerais de saúde.
•
O portador de afasia deve ser estimulado para fazer um tratamento que o
ajude a reabilitar as capacidades comprometidas, sejam elas de fala,
escrita ou compreensão.
Fonte: http://drauziovarella.ig.com.br/arquivo/arquivo.asp?doe_id=132
Tabela Afasia:
TIPO DE AFASIA
|
EMISSÃO
|
COMPREENSÃO
|
REPETIÇÃO
|
LOCALIZAÇÃO
|
BROCA
|
Reduzida, podendo haver estereotipias e desintegração fonética
|
BOA para ordens simples
REGULAR para ordens complexas
|
Laboriosa com desintegração fonética
|
Opérculo frontal, ínsula e quadrilátero de Pierre Marie
|
WERNICKE
|
Fluida, podendo haver fala logorréica e jargões
|
MUITO PREJUDICADA
|
Parafasias
|
Área de Wernicke
|
CONDUÇÃO
|
Fluida, com excessiva auto-correção, sem perceber que atingiu o alvo
|
PRESERVADA
|
Parafasias
|
Giro supramarginal e feixe arqueado
|
TRANSCORTICAL
MOTORA
|
Reduzida
|
Preservada
|
Preservada
|
Anterior e superior à área de Broca
|
TRANSCORTICAL
SENSORIAL
|
Fluida
|
Alterada
|
Preservada; pode haver ecolalia
|
Parte posterior da zona limítrofe
|
GLOBAL
|
PREJUDICADA
|
PREJUDICADA
|
PREJUDICADA
|
Vastas lesões pré e retro-silvianas ou lesões não contíguas das áreas de Broca e Wernicke
|
ANÔMICA
|
BOA
|
BOA
|
BOA
|
Lobo temporal
|
Tabela
resumida sobre os sintomas dos diferentes tipos de afasia. O assunto
não se esgota aqui, há vasta literatura sobre o assunto. Um livro
excelente que aborda o tema é: "Language intervention strategies in aphasia and related neurogenic communication disorders - Roberta Chapey - 2001"
5. DISLALIA
Consiste na má
pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando
um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na emissão das
palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. Assim
sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou
deformação os fonemas.
De modo geral, a
palavra do dislálico é fluida, embora possa ser até ininteligível,
podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal ou levemente
retardado. Não se observam transtornos no movimento dos músculos que
intervêm na articulação e emissão da palavra. Em muitos casos, a
pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a
habilidade para imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira.
Diante do
paciente dislálico costuma-se fazer uma pesquisa das condições físicas
dos órgãos necessários à emissão das palavras, verifica-se a mobilidade
destes órgãos, ou seja, do palato, lábios e língua, assim como a
audição, tanto sua quantidade como sua qualidade (percepção) auditiva.
As Dislalia
constituem um grupo numeroso de perturbações orgânicas ou funcionais da
palavra. No primeiro caso, resultam da malformações ou de alterações de
inervação da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da
fonação. Encontram-se em casos de malformações congênitas, tais como o
lábio leporino ou como conseqüência de traumatismos dos órgãos
fonadores. Por outro lado, certas Dislalias são devidas a enfermidades
do sistema nervoso central.
Quando não se
encontra nenhuma alteração orgânica a que possa ser atribuído a
Dislalia, esta é chamada de Dislalia Funcional. Nesses casos, pensa-se
em hereditariedade, imitação ou alterações emocionais e, entre essas,
nas crianças é comum a Dislalia típica dos hipercinéticos ou
hiperativos. Também nos deficientes mentais se observa uma Dislalia, às
vezes grave ao ponto da linguagem ser acessível apenas ao grupo
familiar.
Até os quatro
anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança
pode ter problemas se continuar falando errado. A Dislalia, troca de
fonemas (sons das letras), pode afetar também a escrita. Na prática o
personagem Cebolinha, de Maurício, é um exemplo de criança com Dislalia.
Ele troca o som da letra R pelo da letra L.
Alguns
fonoaudiólogos consideram que a Dislalia não seja um problema de ordem
neurológica, mas de ordem funcional. Segundo eles, o som alterado pode
se manifestar de diversas formas, havendo distorções, sons muito
próximos mas diferentes do real, omissão, ato em que se deixa de
pronunciar algum fonema da palavra, transposições na ordem de
apresentação dos fonemas (dizer mánica em vez de máquina, por exemplo)
e, por fim, acréscimos de sons. Estas alterações mais comuns
caracterizam uma Dislalia. Entretanto, do ponto de vista
fisiopatológico, a Dislalia numa criança hipercinética, por exemplo,
terá que ser considerada de natureza orgânica, já que tratando a
hipercinesia desaparece a Disartria.
Crianças com
perdas auditivas leves e moderadas também costumam ter Dislalia, fazendo
trocas de alguns fonema, como por exemplo, "t" por "d", "f" por "v",
"p" por "b", "q" por "g". Muitas destas crianças, principalmente se
estão em fase de alfabetização, apresentam também trocas na escrita.
Este tipo de aluno costuma ser desatento na escola, porque tem
dificuldade de ouvir a professora. A mãe costuma queixar de que a
criança com perda auditiva não atende quando é chamado e/ou ouve o
aparelho de som ou a televisão alto demais.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=204
6. ECOLALIA
Ecolalia é a
repetição, como um eco, das últimas palavras que chegam ao ouvido do
paciente. Em condições patológicas, observa-se nos catatônicos. O
fenômeno tem muita semelhança com a perseveração do pensamento,
observada nos epilépticos. Os enfermos repetem como um eco não só as
palavras que lhes são dirigidas, como partes de uma frase que escutam ao
acaso.
Não se pode
fazer distinção clara entre a ecolalia manifestada por um esquizofrênico
crônico e um enfermo portador de um transtorno cerebral orgânico, pois
ambos os pacientes podem ter em comum uma notável alteração dos
processos intelectuais e da intencionalidade.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=204
7. AGRAFIA
Agrafia é uma
incapacidade para traduzir as idéias por escrito, apesar de não haver
nenhum comprometimento psicomotor, da fala ou da compreensão. A
linguagem escrita, como uma das formas de expressão do pensamento, pode
apresentar alterações significativas.
Assim, a agrafia
seria como uma manifestação na escrita das alterações afásicas que
ocorrem na linguagem oral e de modo geral, está associada com lesões na
parte posterior do giro frontal médio no hemisfério cerebral dominante.
Ainda que exista uma dissociação entre a possibilidade de denominar por
escrito e verbalmente, a ausência da palavra pode existir tanto na
linguagem escrita como na linguagem oral.
A redução da
linguagem e o agramatismo apresentam o seu equivalente escrito; o mesmo
para o jargão e para as parafasias, cuja escrita constitui, às vezes, um
modo de facilitação privilegiada, da mesma forma que ela fornece
numerosos exemplos de dissintaxia.
Mesmo que seja
corrigida as manifestações gráficas da Afasia, persistirá para sempre
uma disortografia rebelde. Portanto, nos escritos dos pacientes afásicos
é possível encontrar quase todas as alterações estudadas na linguagem
oral.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=ES/Dicionario&letra=A
8. AGITAÇÃO PSICOMOTORA.
Atividade motora
excessiva associada à tensão emocional, geralmente é improdutiva e
repetitiva. Em alguns casos, são acompanhadas de gritos e lamentos.
Normalmente há incapacidade para permanecer sentado, compulsão em mexer
muito as mãos, etc. Os estados de agitação psicomotora são comuns em
crianças e adolescentes portadores de distúrbio neurológico ou
submetidas a situação de estresse onde se sentem pressionados e
solicitados além da sua capacidade de resposta. A agitação psicomotora é
um forte indício de alteração emocional, e se constitui, quase sempre,
em comportamentos diferentes à padronização da comunidade.
Nos quadros de
Mania Típica, uma das fases do Transtorno Afetivo Bipolar e que se
caracterizam por humor eufórico ou irritável, verborragia, fuga de
idéias, comportamento social desinibido, dificuldades de concentração,
desatenção, aumento da atividade, necessidade diminuída de sono, a
agitação psicomotora costuma estar sempre presente em graus variados.
9.ANSIEDADE
Ansiedade é um estado
bio-psicológico onde o ser (humano ou animais, exceto dos répteis para
baixo) se encontra mobilizado para uma adaptação necessária. Com
certeza, até por uma questão biológica, podemos dizer que a Ansiedade
sempre esteve presente na jornada humana desde a caverna até a nave
espacial. A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade,
tipos e efeitos dessa Ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo
humanos, de acordo com as concepções da prática clínica, da medicina
psicossomática e da psiquiatria.
Nosso potencial ansioso sempre
se manteve fisiologicamente presente e sempre carregando consigo o
sentimento do medo, sua sombra inseparável. É muito difícil dizer se era
diferente o estresse (esta revolução orgânica e psíquica) que acometia o
homem das cavernas diante de um urso invasor de sua morada daquilo que
sente hoje um cidadão comum diante do assaltante que invade seu lar.
Provavelmente não. Faz parte da natureza humana certos sentimentos
determinados pelo perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela
perspectiva de sofrimento.
A Ansiedade passou a ser objeto
de distúrbios quando o ser humano colocou-a não a serviço de sua
sobrevivência, como fazia antes, mas a serviço de sua existência, com o
amplo leque de circunstâncias quantitativas e qualitativas desta
existência . Assim, o estresse passou a ser o representante emocional da
Ansiedade, sua correspondência psíquica e egoicamente determinada. O
fato de um evento ser percebido como estressante não depende apenas da
natureza do mesmo, como acontece no mundo animal, mas do significado
atribuído à este evento pela pessoa, de seus recursos, de suas defesas e
de seus mecanismos de enfrentamento. Isso tudo diz respeito mais à
personalidade que aos eventos do destino em si.
Embora a Ansiedade favoreça a
performance e a adaptação, ela o faz somente até certo ponto, até que
nosso organismo atinja um máximo de eficiência. à partir de um ponto
excedente a Ansiedade, ao invés de contribuir para a adaptação,
concorrerá exatamente para o contrário, ou seja, para a falência da
capacidade adaptativa.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=ES/Dicionario&letra=A
10.HIPERATIVIDADE - TDAH
O Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e
freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se
caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês,
também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Ele é o
transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para
serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias
regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade
dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os
sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Sintomas
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na
infância em geral se associa a dificuldades na escola e no
relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são
tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente
"estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto
é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais
sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são
desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais
problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e
limites.
Em adultos,
ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho,
bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que
só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também
são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm
dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os
demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm
uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso
de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
Causas
Já existem
inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando
que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que
indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as
práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os
filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos
científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região
frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal
orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com
outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento
(isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela
capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e
planejamento.
O que parece
estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de
substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente
dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células
nervosas (neurônios).
Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.
A) Hereditariedade:
Os genes parecem
ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição
ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir
de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de
parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias
que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os
parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na
população em geral (isto é chamado de recorrência familial).
Porém, como em
qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da
família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança
aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo"
simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que
excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a
recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e
não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram
fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos
com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais
biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há
diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles
mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais
adotivos.
Os estudos com
gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos),
quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade
etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança
genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os
univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a
única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são
iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou
seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é
a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos
com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também
se diz "concordantes") do que os fraternos, chegando a ter 70% de
concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na
origem do TDAH.
A partir dos
dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi
começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar
que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral
multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em
predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos
é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único
gene (como é a regra para várias de nossas características físicas,
também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um
único "gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de
atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo
diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as
influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão,
transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e
abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.
B) Substâncias ingeridas na gravidez:
Tem-se observado
que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem
causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a
região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais
chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É
importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma
associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e
efeito.
C) Sofrimento fetal:
Alguns estudos
mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram
causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A
relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais
descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na
gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e
que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de
problemas no parto.
D) Exposição a chumbo:
Crianças
pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas
semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se
realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com
TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela
história clínica.
E) Problemas Familiares:
Algumas teorias
sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal,
baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento
familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo)
poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado
esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do
que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).
Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.
F) Outras Causas
Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:
1. corante amarelo
2. aspartame
3. luz artificial
4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)
5. deficiências vitamínicas na dieta.
Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.
Fonte: http://www.tdah.org.br
http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/search/label/Ansiedade
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