O ser humano não tem uma voz, mas várias, com as quais ele cria
emoções, aproxima ou afasta pessoas e, por meio do diálogo, consegue
organizar-se, criando sociedades, tornando-se um indivíduo com
identidade.
Qualquer emissão humana, desde uma fala encadeada, cantada, até uma
simples exclamação, como um “Olá”, um grito ou suspiro, traz com ela
informações do indivíduo que a transmite, ou seja, cumpre uma função
comunicativa. Já em 1934, um famoso pesquisador alemão (Karl Bühler),
enumerou três principais funções:
1. Função de representação – a voz comunica alguma coisa, ou seja, seu uso está relacionado ao conteúdo da mensagem verbal;
2. Função de expressão – a voz revela alguma coisa do falante, como
sua idade, seu nível sócio-econômico-cultural, seu estado emocional,
entre outros.
3. Função de apelo – a voz deseja e provoca uma reação no ouvinte, o
que significa que existe sempre uma intenção, freqüentemente
inconsciente, no tipo de voz que se utiliza no discurso.
Podemos citar como exemplo uma pessoa que, ao caminhar chuta uma
pedra e emite o grito “AI!”. Se eu estiver aqui no escritório de minha
casa e escutar esse grito, imediatamente, estimulada pela minha audição,
tecerei as seguintes considerações:
1. Alguém está com dor (representação);
2. Este alguém é do sexo feminino e deve ser jovem (expressão);
3. Sinto pena dessa pessoa (apelo). Assim, a voz é o veículo de nossa inter-relação, de comunicação, um meio de atingir o outro.
É assustador ver um louco que fale sozinho pelas ruas, simplesmente
porque não há o outro. A voz é o “tato à distância”, motivo pelo qual
certas vozes nos tocam mais profundamente do que outras, dando à
mensagem por ela expressa um significado mais especial. É uma
experiência diária o fato de identificarmos uma pessoa pela sua voz.
Quando falamos ao telefone com alguém que não conhecemos vai se
formando em nossa mente uma série de imagens que nos permitem visualizar
nosso interlocutor. O refinamento deste processo é tal que, além de
atributos mais simples como sexo, idade e procedência, chegamos a
projetar, por vezes, o tipo de estrutura física e as expressões faciais
do falante.
Não é à toa que o
detector de mentiras, aparelho usado em alguns países como os Estados
Unidos, usa a voz como marcador para descobrir se a pessoa está mesmo
falando a verdade. Chamada pelos especialistas de espelho da alma, a voz
é capaz de entregar a idade, o sexo, a procedência geográfica e,
principalmente, o estado emocional de qualquer indivíduo. Sem ela, cerca
de 40% dos brasileiros não teriam como trabalhar.
‘Embora quase
metade da população use a voz profissionalmente, são poucas as pessoas
que realmente se preocupam com ela’, afirma o presidente da Sociedade
Brasileira de Laringologia e Voz (SBLV), José Antônio Pinto. ‘Muitos nem
percebem que se trata de um elemento imprescindível para a
sobrevivência na sociedade’, acrescenta.
Quem costuma dar
atenção para a voz, como a apresentadora da Rede Globo, Fátima
Bernardes, e a cantora e atriz, Selma Reis, sabe muito bem que todo
cuidado é pouco para manter a garganta em forma. ‘Cuidar da voz é como
cuidar da pele e do cabelo’, diz Fátima, que se previne da rouquidão e
dos incômodos pigarros com água fresca e exercícios específicos para as
cordas vocais.
Segundo os
especialistas, o problema de voz mais comum entre os brasileiros é a
rouquidão, causada principalmente pelo uso excessivo e inadequado da
fala e pelo consumo de cigarro e álcool. ‘Os profissionais da voz, como
professores, cantores, operadores de telemarketing e vendedores, muitas
vezes, não estão preparados para usá-la corretamente’, comenta Sandra de
Oliveira, membro do Conselho Regional de Fonoaudiologia de São Paulo.
Por esse motivo, a
fonoaudióloga defende o treinamento constante de todos os profissionais
da voz. ‘Com um preparo adequado, que inclui técnicas de respiração
para não tensionar as cordas vocais, é possível evitar problemas como os
nódulos que causam rouquidão crônica e podem tirar a pessoa do
trabalho’, explica Sandra.
Para a cantora
Selma Reis, o melhor remédio para quando ela está rouca por falar ou
cantar demais é repouso. ‘Sigo à risca todas as orientações dos
especialistas para não agredir a mucosa da garganta, como não fumar e
não beber’, conta.
Foi com a ajuda de
uma fonoaudióloga que Selma conseguiu colocar sua voz ‘no foco certo’,
ou seja, aperfeiçoá-la. Segundo os especialistas, todos podem ter a voz
melhorada, desde que se respeite os limites anatômicos. ‘Para isso,
existem várias técnicas de respiração, entonação e ritmo capazes de
fazer com que a pessoa se comunique melhor’, diz Sandra.
Para o
fonoaudiólogo Simon Wajntraub, a voz denuncia o estado emocional das
pessoas e a própria educação. ‘Basta perceber que os tímidos costumam
falar baixo e os mimados têm a voz aguda demais, mesmo sendo adultos’,
comenta.
Sandra lembra que
as pessoas que falam muito rápido geralmente são agitadas. As roucas,
muitas vezes, ficaram assim por causa do estresse. ‘Algumas alterações
de voz estão relacionadas a problemas emocionais, mas antes de
determinar o quadro, solicitamos exames anatômicos das cordas vocais’,
conclui.
E você, acha que sua voz condiz com sua personalidade? O que você gostaria de mudar nela?? Comente!!
http://acaocomunicar.wordpress.com/2012/06/15/o-que-sua-voz-diz-sobre-voce/
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