Embora
a forma de você interagir com seu filho dependa da sua personalidade e
da dele, há alguns papéis comuns que todos os pais tendem a assumir.
Vamos dialogar sobre esses papéis, quando eles são úteis para a
aprendizagem do seu filho e quando não são.
O Papel do “Ajudante/Professor”
Quando
seu filho parece não saber como fazer coisas ou não consegue se
comunicar, é natural querer ajudá-lo. Mas se você fizer as coisas para
seu filho sempre, ele não terá a oportunidade de mostrar que consegue
fazer mais do que você poderia esperar.
Muitas
vezes, contudo, seu filho pode não entender o que você espera que ele
faça. Nesses casos, vai precisar que você seja o seu “Ajudante”.
A Regra do Ajudante
A
“Regra do Ajudante”, a seguir, vai ajudá-lo a identificar quando
convém ser o Ajudante de seu filho, e o que você pode fazer para dar a
ajuda que ele precisa: Peça uma vez e espere. Peça de novo,
acrescentando ajuda. Peça para seu filho fazer algo e espere a
resposta. Se não responder, peça de novo. Ao mesmo tempo, guie-o
delicadamente para fazer o que você pediu.
O Papel do “Não Perturbe”
Se
o seu filho não se mostra interessado em interagir com você e
raramente demanda sua atenção, é tentador acreditar que é o seu jeito
de mostrar independência. Emboratodas as crianças precisem mesmo de
tempo para elas mesmas, é importante que seu filho aprenda a interagir,
coisa que não poderá fazer sozinho. Persista nas tentativas de se
juntar ao seu filho no que ele estiver fazendo. Por exemplo, se ele
está assistindo televisão sozinho, sente bem ao lado no sofá. Ou se ele
está brincando com um barbante, tente puxar o barbante até obter sua
atenção.
Ele pode ficar bravo e empurrar você; mesmo assim, isto é preferível a não haver interação. Depois que começar a interagir mais com seu filho, pode ser que enfim ele perceba que brincar pode ser mais divertido se você estiver junto.
Ele pode ficar bravo e empurrar você; mesmo assim, isto é preferível a não haver interação. Depois que começar a interagir mais com seu filho, pode ser que enfim ele perceba que brincar pode ser mais divertido se você estiver junto.
O Papel do “Atarefado”
Às
vezes a vida parece uma corrida contra o relógio. Pense em todas as
coisas que tem que fazer de manhã: levantar-se, tomar banho, vestir seu
filho, fazer café da manhã, fazer as camas, levar o cachorro para
passear, etc. Você provavelmente vive correndo para cumprir sua agenda.
Todos esses momentos apressados são momentos nas quais seu filho
poderia estar aprendendo algo. Se, por um lado, nem sempre é possível
diminuir o ritmo, por outro, cinco minutos extras no café da manhã ou
quando estão se vestindo podem fazer a diferença. Lembre-se que seu
filho precisa de mais tempo para entender o que está acontecendo à sua
volta e para pensar sobre o que deve fazer ou dizer. Ele aprenderá
melhor quando você “parar de apostar corrida e diminuir o ritmo”!
O Papel do “Parceiro”
Você
e seu filho provavelmente brincam juntos, como de Cócegas ou Achou!
Mesmo quando você não está ensinando habilidades específicas ao seu
filho durante essas brincadeiras, ele está aprendendo muito sobre
comunicação por ter você como “Parceiro” de brincadeira. Conforme seu
filho entende mais e se torna um comunicador mais capaz, precisará de
menos orientações suas. Em outras palavras, quando ele consegue fazer e
falar mais, você pode fazer e falar menos! Se fizer perguntas e
sugestões demais, poderá inibir seu filho a iniciar suas próprias
conversas. Quando você está no papeldo Parceiro, deixe seu filho
conduzir e responda ao que ele fizer.
O Papel do “Animador”
Todas
as crianças se beneficiam de um “oba!” e um abraço. Quando você
recompensa as tentativas de seu filho de entender e se comunicar,
aumenta a chance de que ele tente de novo. Mas a forma de fazer o elogio
também é importante. Por exemplo, quando seu filho bebe todo o leite,
você pode dizer “Muito bem!”. Embora seu filho perceba que você está
feliz, pode não entender o que as palavras “muito bem” significam. Faça
um elogio descritivo que diga exatamente por que está fazendo festa
para ele. Depois que ele terminar o leite, diga algo como “Oba! Tomou
todo o leite!”. Assim, ele consegue fazer a conexão entre suas palavras
e as ações dele. Contudo, esteja atento, pois pode confundir seu filho
com o elogio. Imagine-se contando algo importante para uma amiga e
que, no meio da conversa, ela dissesse “Muito bem, você falou!”. Você
provavelmente acharia estranho sua amiga interrompê-lo e poderia
esquecer sobre o que estava falando. Seu filho pode ficar meio confuso
se você interromper com elogios as tentativas dele de se comunicar.
Livro Mais do que palavras (Fern Sussman)
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