As próteses auditivas são sistemas de amplificação sonora miniaturizados , utilizados para auxiliar pessoas com perdas auditivas a ouvir melhor os sons ambientais . são comumente conhecidas como aparelhos para surdez. Eles consistem em um microfone, um amplificador e um fone, podendo conter também sistemas de compressão, filtros e chips de programação.
Elas são recomendadas para pessoas com perdas auditivas neuro-sensoriais e para pessoas com perdas de transmissão que não podem ser operadas, ou apresentam problemas complexos que não podem ser resolvidos por procedimentos cirúrgicos.
Essa indicação inclui as situações de risco dos pacientes com um único ouvido socialmente utilizável, nos quais se prefere não indicar cirurgia. As próteses auditivas são recomendadas para pessoas com perdas auditivas leves, moderadas ou intensas, desde que se sintam confortáveis com o seu uso. Não existem limites rígidos de indicação no que diz respeito ao grau de perda auditiva, com exceção das perdas profundas, em que as próteses usualmente não trazem benefícios sociais satisfatórios . De forma geral recomenda-se próteses auditivas para as pessoas que apresentam perda auditiva de mais de 40dB no melhor ouvido.
Ainda existem muitos preconceitos sociais com relação as próteses auditivas , o que faz com que pessoas que delas necessitam tenham acanhamento em usá-las . Na verdade, usar próteses auditivas é como usar óculos. Algumas pessoas têm a falsa impressão de que a sua surdez pode passar despercebida, na verdade, a surdez aparece muito mais do que as próteses auditivas. A adaptação de próteses auditivas, contudo, pode ser muito complexa, e exige a participação de um otologista ou fonoaudiólogo dedicado. Ela não deve ser feita por vendedores ou representantes comerciais.
Do ponto de vista de suas dimensões, elas podem ser classificadas como:
- Próteses juxta-timpânicas (completely in canal - CIC) - introduzidas recentemente, muito pequenas, ficam situadas na parte óssea do meato acústico externo, muito próximas a membrana timpânica. Em função de sua posição, o efeito de oclusão, que é uma sensação de desconforto acarreta pela oclusão do meato por próteses ou molde é extremamente reduzido.
- Próteses intrameáticas (in the canal - ITC) - pequenas, totalmente contidas no meato acústico externo. Próteses no pavilhão (in the ear - ITE) - um pouco maiores que as anteriores, ocupando toda a concha do pavilhão e prolongando-se para o meato acústico externo.
- Próteses retroauriculares (behind the ear) - s ão utilizadas atrás do pavilhão auricular, sendo presas ao meato acústico externo por um molde de acrílico ou silicone. Os sons emitidos pelo fone em seu interior são levados ao meato por um pequeno tubo de plástico preso ao molde.
- Próteses em óculos - praticamente s ó são utilizadas por pessoas que usam óculos permanentemente. Atualmente e também possível adaptar próteses retroauriculares a óculos.
- Próteses de bolso - (bady aid - BA) - praticamente abandonados , eram utilizados quando havia necessidade de amplificação intensa. Atualmente esse grau de amplificação já pode ser obtido com próteses retroauriculares. O fone é separado da prótese e preso ao molde; um fio estabelece a comunicação do fone com o circuito de saída do amplificador.
- Prótese por via óssea - possuem um vibrador em vez de fone, e se destinam exclusivamente a pessoas com atresia dos meatos acústicos externos ou a pacientes com otite média crônica supurada bilateral. Elas são utilizadas em outros pacientes com perdas condutivas em virtude dos vibradores distorcerem os sons; as próteses comuns melhor resultados nesses pacientes. Existem óculos com vibradores nas extremidades das hastes; ou pode-se utilizar uma prótese de bolso ligada a um vibrador ósseo do tipo utilizado pelos audiômetros.
- Próteses por via óssea ancoradas ao osso - (boné anchored hearing aid - BAHA) - Este tipo de prótese, desenvolvido na Suécia e ainda em fase experimental, utiliza um pino de titânio que é fixado ao osso da região retroauricular. Uma pequena prótese externa e fixada a esse pino, de forma que a vibração se transmite diretamente ao osso, eliminando a perda de energia causada pela pele e tecido subcutâneo nas próteses ósseas convencionais. Essas próteses são particularmente aconselhadas nos casos de atresia do meato acústico externo e em pacientes com mastoidectomia radical bilateral.
Do ponto de vista do grau e da forma de amplificação, existem próteses dos seguintes tipos:
- Próteses de médio ganho - Destinadas a pessoas com perdas auditivas leves ou moderadas.
- Próteses de alto ganho - Para pessoas com perdas moderadas ou intensas.
- Próteses com compressão - Para pessoas que apresentam o fenômeno do recrutamento e que, por isso são muito sensíveis a sons altos. O sistema mais comumente utilizado e o AGC (controle automático de ganho, ou automatic gain control).
- Próteses programáveis - são próteses em que os ajustes de compressão e filtros são controlados digitalmente por meio de chips programáveis. Estas próteses possuem um pequeno conector, que permite ligá-las a uma unidade programadora, em que os diversos parâmetros são ajustados individualmente para cada paciente. Algumas próteses programáveis permitem a divisão da faixa de frequências sonoras em duas ou três partes, permitindo ajustar graus de compressão diversos em cada uma das partes.
Como é feita a moldagem do aparelho
O tipo de prótese deve ser cuidadosamente escolhido em função das características de cada paciente e de sua perda auditiva. Atualmente existem computadores para programação e para a medida do ganho real da prótese, mensurado no interior do meato acústico externo do paciente. Essas mensurações tornam a indicação de próteses muito menos empírica do que no passado.
O efeito de oclusão, mencionado anteriormente, é um dos problemas encontrados na adaptação de próteses auditivas. Ele praticamente não existe nas próteses juxta-timpânicas, e pode ser eliminado em outros tipos de próteses através de um orifício de ventilação no molde. Este, contudo, reduz a amplificação, s ó podendo ser utilizado em pacientes com perdas auditivas pequenas. Após a adaptação o paciente necessita de graus variáveis de treinamento auditivo, e precisa ser avaliado periodicamente para avaliar seu desempenho.
Por Prof. Dr. Pedro Luiz Mangabeira Albernaz
Fonte Site Brasil Medicina
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